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terça-feira, 19 de abril de 2011

Ensinando a ensinar e aprendendo a aprender

No dia 14 de abril de 2011 o blog Correio Escola Multimídia publicou o texto "Ensinando a ensinar e aprendendo a aprender" de Fabiana Bonilha. Segue abaixo o texto completo retirado do link http://www.rac.com.br/blog/28265/38/correio-escola/ensinando-a-ensinar-e-aprendendo-a-aprender


Ensinando a ensinar e aprendendo a aprender


Ultimamente, tenho trabalhado em prol da capacitação de professores no campo do ensino musical para pessoas com deficiência visual. Sinto-me muito motivada a contribuir com essa causa, pois creio que a música constitui um bem muito precioso para aqueles que não enxergam com os olhos. Desde muito pequena, fui incentivada a estudar Música, e ela tem sido fundamental na minha vida.
Nos últimos anos, tenho pesquisado sobre a difusão da musicografia Braille, que consiste na notação musical apropriada para o uso de pessoas cegas. Como fruto de minha tese de Doutorado recentemente defendida, comecei a trabalhar na formação de professores que desejem atuar neste campo.
Gostaria de destacar, muito brevemente, os pontos que considero essenciais nesta capacitação. Creio que qualquer professor de música que tenha uma boa formação como educador e como instrumentista possui as competências necessárias para lecionar a um aluno cego, não sendo preciso que ele seja um educador Especial.
Em um programa de capacitação, o professor deve, em primeiro lugar, ser levado a conhecer os principais fundamentos da musicografia Braille. Trata-se de um código com características específicas, cujo aprendizado requer o enfrentamento de alguns desafios peculiares. O educador musical não necessita saber ler e escrever em Braille fluentemente, mas necessita conhecer estes desafios para incentivar seus alunos cegos a vencê-los.
Entretanto, a parte mais importante de um programa de capacitação para educadores musicais se refere à possibilidade de que eles reflitam sobre o significado da Inclusão, e sobre o impacto que ela possui no campo do ensino. Eles devem ser capazes de responder criteriosamente a pergunta: O que constitui uma verdadeira educação musical inclusiva?
Tenho então me dedicado à tarefa de implantar e desenvolver um programa com estas características. Ao ensinar a ensinar, tenho tentado comunicar que o professor não é um mero transmissor de conhecimento, mas sim, uma pessoa que, por meio do afeto, desperta no aluno o amor pela música.
Ao aprender a aprender, tenho construído uma rica troca de experiências entre mim e os educadores musicais com quem trabalho, a qual tem contribuído para meu amadurecimento pessoal e profissional. Sem dúvida, nesta equação, aprendo muito mais do que ensino.

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